Sejamos ágeis.
Sérios amantes que a paixão conduz.
O corpo teso nos sentidos.
Os olhos mergulhados num mar de luz.
Entremos nesta casa,
Como penetram as aves no ar.
Somos abandonados
Ao desempenho de nossas próprias asas.
Temos apenas uma noite.
Amantes furtivos, fugitivos.
Precisamos nos livrar das vestes
Da misericórdia, deixá-la também.
Para que seja capaz
Não ter como obrigatório
Esta conduta de se abafar por dentro.
Por dentro da carne
O barulho de nossa luta.
Que os olhos fiquem atentos,
Que o peito abra suas janelas,
E o corpo,
Sol absoluto
Seja rei desta criação.
Precisamos amar fora do tempo,
Prisioneiros da hora deste agora,
Secretos convidados da nossa história
Que dentro desta casa se derrama
E se desata, em derrota
Ou vitória.
Deixemos para o nosso sustento
A paixão fazer a semeadura,
E o que for
Aspirado pelas ventas
Ternura, e também frieza absolutas
Cúmplices da humana trajetória,
Não arredaremos o corpo destas lutas.
Neste encontro não há mentiras.
Só duas criaturas
Que a vida recria.
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