segunda-feira, 7 de abril de 2008

Medo de ser







O medo de ser paralisa o gesto de afeto pelo temor do ridículo, da gozação e até do elogio.



O medo de ser impede a franqueza diante de quem se depende, impossibilita a entrega total porque pode ser mal interpretada.



O medo de ser prolonga muita coisa que já acabou.



Cria defesas mirabolantes: ficar rico, ser original, metido a diferente; ser o rei da festa, o engraçado.



O medo de ser cala raivas, sepulta ódios, finge que não liga, ensina a mandar, aprende a obedecer, passa a mão na cabeça, silencia a franqueza, teme a crítica, impede a ocupação do próprio espaço.



O medo de ser paralisa o gesto de amor, adia o telegrama de parabéns, não envia a carta de amor, finge que não odeia, depende do que aparenta. Ele estraga a alegria que não era sincera, atrapalha a viagem que era só fuga.



O medo de ser não comunga na hora em que dá vontade e sim por causa dos outros; não ensina a lição do próprio amor porque vive na dependência do amor alheio; não se olha no espelho com pavor de encontrar o rosto de quem inveja.



O medo de ser gera outros eus. Gera o tu, o ele, o nós, o vós, o eles no eu; e não o eu no tu, no ele, no vós, neles, como expressão mais autêntica e verdadeira do que somos e não do que fingimos ser.






(Artur da Távola)






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Um pássaro que não quer ser aprisionado...Assim é minha alma...Que pousa onde encontra alento e amor...Mas que precisa estar livre para voar se assim desejar...Sou fiel aos meus sentimentos e não aceito que me prove...Quando amo sinto a intensidade do amor percorrer cada célula de meu corpo...Minha alma que de tão transparente é lúcida...Sou menina...Sou mulher...Quero tão pouco dessa vida... Quero fogueira para dançar...Quero a lua e as estrelas compartilhando minha dança...Quero a brisa da madrugada me envolvendo...E quando os primeiros raios de sol nascer...ainda quero presa entre meus dedos uma taça de vinho seco...Lanço a sorte a todos e como recompensa recebo-a de volta...Assim é minha alma cigana...

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